8 de agosto de 2019

Um Lugar Bem Longe Daqui - Delia Owens


Por anos, boatos sobre Kya Clark, a “Menina do Brejo”, assombraram Barkley Cove, uma calma cidade costeira da Carolina do Norte. Ela, no entanto, não é o que todos dizem. Sensata e inteligente, Kya sobreviveu por anos sozinha no pântano que chama de lar, tendo as gaivotas como amigas e a areia como professora. Abandonada pela mãe, que não conseguiu suportar o marido abusivo e alcoólatra, e depois pelos irmãos, a menina viveu algum tempo na companhia negligente e por vezes brutal do pai, que acabou também por deixá-la.  Anos depois, quando dois jovens da cidade ficam intrigados com sua beleza selvagem, Kya se permite experimentar uma nova vida — até que o impensável acontece e um deles é encontrado morto.  Ao mesmo tempo uma ode à natureza, um emocionante romance de formação e uma surpreendente história de mistério, Um Lugar Bem Longe Daqui relembra que somos moldados pela criança que fomos um dia e que estamos todos sujeitos à beleza e à violência dos segredos que a natureza guarda.

 A obra foi incluída no clube de livros de Reese Witherspoon, que posteriormente adquiriu os direitos de adaptação cinematográfica e vai produzir o filme com a Fox 2000.

RESENHA:
08/08/2019

Kya é a mais nova dos cinco filhos de Pa e Ma que vê um a um de sua família ir embora, até não sobrar mais ninguém.
Com apenas 6 anos ficou sozinha com o pai - um ex combatente de guerra - que passa dias fora de casa bebendo e apostando o pouco que ganha e à partir desse momento é que Kya passa a aprender como se virar para comer, até que por fim é abandonada também por ele.
A família sempre viveu no brejo e eram mal vistos pelo pessoal da cidade, chamados de lixo.
Durante seu isolamento ela aprende tudo à sua volta sobre a natureza e os animais. De uma inteligência fora do normal, seu conhecimento da vida selvagem vai definir quem ela é, mesmo que ainda seja excluída pela sociedade.
A estória se passa no começo da década de 50, alternando com acontecimentos do final da década de 60. A narrativa é em terceira pessoa contando a vida e a luta pela sobrevivência da Kya e no futuro com o inquérito sobre uma morte que aconteceu ali no brejo.

A escrita da autora é maravilhosa! Rica em detalhes e profundo conhecimento da vida selvagem, é uma verdadeira aula de biologia.
Como a Kya passa a maior parte da vida sozinha, tem muita narrativa descritiva e poucos diálogos, mas é uma estória que comove pela solidão e pela profundidade de sentimentos. Alguns temas como racismo e exclusão social são abordados , mas a autora não se prende muito neles.
Tive um pouco de dificuldade em visualizar o "quintal" da Kya, apesar das descrições da autora ainda não consegui enxergar o que ela mostrava.
Sobre o crime - que é um pano de fundo - não foi mistério para mim, por isso não fiquei supresa. O principal nessa estória é a perseverança da Kya e tudo que ela foi capaz de conquistar.
O final da estória teve um resumão que me deixou com uma sensação de que alguma coisa estava faltando.
No mais, é um lindo livro que recomendo pra que gosta do gênero drama. Quem espera por um thriller pode se decepcionar.

Nota: 4 ★

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